OBESIDADE INFANTIL E AVALIAÇÃO EM PRÉ-ESCOLARES

Antonia Dalla Pria Bankoff, Eliana Angélica Moutinho

Resumo


A obesidade, vista como um problema de saúde pública, cada vez mais, torna-se alvo de estudos e pesquisas em que o foco principal é o diagnóstico precoce da patologia. Apesar
de poder instalar-se em qualquer época da vida de um indivíduo, acredita-se que a obesidade tem seu ponto crítico entre o primeiro ano de vida e a idade escolar (Fisberg,
1993). Portanto, nossa proposta de trabalho foi a realização de medidas antropométricas (peso e altura) em crianças pré-escolares, com o objetivo de estimar o quadro de obesidade
e o perfil nutricional de crianças na faixa etária entre 4 e 6 anos utilizando-se de um software denominado Sistema de Crescimento (Siscres). O universo populacional do
estudo constituiu-se de 155 crianças de ambos os sexos com idades entre 4 e 6 anos, que freqüentam a pré-escola da Escola Municipal de Ensino Infantil (Emei) – convênio
Unicamp/Prefeitura da cidade de Campinas-SP –, sendo 75 do sexo feminino e 80 do masculino. A coleta de dados foi realizada entre os meses de julho e agosto, no horário
normal das aulas, porém que não o fosse após o lanche e/ou almoço. As crianças encontravam- se com o mínimo de roupa possível (feminino com maiô de duas peças e masculino
de sunga) e descalças. Para a obtenção do peso, utilizou-se uma balança antropométrica da marca Filizola com divisões de 100g e carga máxima de 150kg. Para a obtenção da
altura, utilizou-se uma plataforma de avaliação composta por um antropômetro de madeira, gravado com centímetros, com esquadro móvel para o posicionamento da cabeça
da criança e uma fita métrica de 150cm. Através dos dados obtidos, foram construídos histogramas que apresentam a freqüência dos valores para indicadores comparados com
curvas construídas para a população normal, separados por sexo. Os resultados demonstraram que no grupo há uma dispersão das freqüências com acentuado deslocamento
para a direita em ambos os sexos. Para o peso feminino essa dispersão ocorreu em seu valor máximo a 1,5 de desvio-padrão e, ainda, encontraram-se valores acima de z=3,5,
mostrando grande número de casos muito elevados. Esse deslocamento ocorreu também e em maior proporção com o grupo masculino. Para a altura, embora em menor grau, foi observado também um desvio para a direita, aproximadamente 1,0 de desviopadrão e valores acima de z=3,0. Na relação peso/altura os grupos apresentaram deslocamento para a direita com um número muito alto de valores z acima de 4,0. Segundo a análise nutricional, a maior parte do grupo encontra-se dentro dos limites de peso e
altura, porém muitos dos casos apresentam valores muitos próximos aos dos limites mínimo e máximo que os consideram dentro dos padrões de normalidade.

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ISSN (Impresso) 0101-3289; ISSN (Eletrônico) 2179-3255
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